Baseado em análises de dados da temperatura global de 1979 a 2020, o estudo descobriu que as cúpulas de calor agora se movem 20% mais devagar, permanecendo sobre áreas por períodos prolongados e durando cerca de quatro dias a mais em média.
Além disso, a área afetada por essas ondas de calor aumentou, as temperaturas são mais altas e elas estão ocorrendo 67% mais frequentemente do que há 40 anos, impactando negativamente a produtividade econômica, a segurança alimentar e aumentando o risco de incêndios florestais.
Aumento da frequência e intensidade
De acordo com a equipe de cientistas internacionais, a frequência média anual de ondas de calor contíguas aumentou significativamente, passando de 75,2 eventos no período de 1979 a 1983 para 98,2 eventos no período de 2016 a 2020.
Esse aumento foi acompanhado por um crescimento na magnitude total dos eventos, medido pela área afetada e pela intensidade máxima das temperaturas. Notavelmente, enquanto a intensidade média diminuiu ligeiramente em algumas regiões, as ondas de calor tropicais aumentaram em intensidade, ampliando os riscos para áreas densamente povoadas.
Evolução temporal e espacial
O estudo também destacou mudanças significativas na evolução temporal e espacial desses eventos. A duração média das ondas de calor contíguas aumentou, assim como a distância percorrida e a velocidade de deslocamento, sugerindo que esses eventos se tornaram mais persistentes e móveis ao longo do tempo.
Além disso, observou-se uma desaceleração global na velocidade de movimento das ondas de calor, o que pode aumentar os impactos negativos desses eventos em comunidades locais, pois os efeitos são mais longos.
Implicações das mudanças climáticas
Os resultados do estudo apontam para a influência significativa das mudanças climáticas, especialmente devido às emissões antropogênicas de gases de efeito estufa. Modelos climáticos indicaram que essas tendências são consistentes com as projeções de aumento da frequência e intensidade de eventos extremos em um cenário de aquecimento global contínuo.
Desafios e implicações sociais
As descobertas têm importantes implicações para a adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. O aumento da frequência e intensidade das ondas de calor contíguas apresenta desafios significativos para a saúde pública, segurança alimentar, infraestrutura urbana e ecossistemas naturais. Medidas urgentes de adaptação e redução de emissões são necessárias para enfrentar esses desafios crescentes.
Em resumo, o estudo destaca a crescente ameaça representada pelas ondas de calor em um mundo em aquecimento. A compreensão desses eventos extremos e suas tendências é crucial para orientar políticas e práticas que visem a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a proteção das comunidades vulneráveis em todo o mundo.
Fonte: Climatempo