Rio Grande do Sul tem 180 mil ha com arroz sob risco por causa das chuvas

Cerca de 87% da área já colhida teve rendimento satisfatório

09/05/2024 às 09:27 atualizado por Luiza Vonghon - SBA | Siga-nos no Google News
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A situação das lavouras gaúchas de arroz ainda não colhidas, em função das inundações que assolam o Rio Grande do Sul, é calamitosa. “São cerca de 180 mil hectares sob risco, principalmente na região Central do estado, que é a mais afetada”, relata Evandro Oliveira, analista de Safras & Mercado, que concedeu entrevista exclusiva à Agência Safras News. “Os municípios de Cachoeira do Sul, São Sepé e Encruzilhada foram muito afetados”.

Segundo Oliveira, diminuições de produtividade são inevitáveis. “São quase 100 mil hectares ainda não colhidos embaixo d’água”, lamenta. “Isto representa de 800 mil a 1 milhão de toneladas com maior risco de perdas”, estima. “A boa notícia é que cerca de 87% da área já colhida teve rendimento satisfatório”.

Com a boa produtividade das lavouras colhidas até agora, Oliveira acredita que não há motivo para alarmismo de falta de arroz no mercado. Nesta semana, o Governo Federal chegou a dizer que o país poderia importar 1 milhão de toneladas a mais para suprir a demanda interna. “Mas são informações imprecisas, que não dão a origem para um volume tão grande de importação”.

A maior parte das importações brasileiras vem no Mercosul. “Mas o Paraguai também enfrenta problemas de produção e deve exportar 50 mil toneladas a menos”, ressalta o analista. A Argentina espera exportar de 50 mil a 100 mil toneladas a mais. “Somados, representam somente até 50 mil toneladas a mais para exportar no Mercosul, pois o Uruguai também não tem grande capacidade”, pondera.

O analista lembra que já havia uma queda no consumo doméstico (pré calamidade) e um enfraquecimento das exportações brasileiras, o que ajuda a reduzir o risco de desabastecimento. “E, em setembro, os Estados Unidos entram com tudo no mercado e estamos totalmente fora de novo”.

Em relação aos preços internacionais, a tendência é de alta. “A Índia está fora das exportações e há uma demanda maior que a oferta global”, finaliza o consultor.
 

Informações: Safras&Mercado


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